1.10.17

A minha filha é anti-social como eu


Quem me segue no facebook (se não seguem, não sabem o que perdem porque as maiores pérolas da Mini-Tété estão por lá) soube que há umas semanas tive o meu primeiro encontro social com outra mãe para que as respectivas bebés pudessem brincar. Na verdade, é uma mãe que mora na mesma rua que eu e cuja filha tem, se não me engano, 3 dias de diferença da Mini-Tété. Quem me conhece pessoalmente sabe que eu tenho uma veia anti-social enorme e por isso todas as células do meu corpo gritavam "Nãããããoooo" quanto a este encontro. A senhora é simpática, a filha é amorosa, o marido é simpático também mas eu tenho efectivamente um lado que me leva a querer viver numa gruta e a dar-me com o mínimo de gente possível. Bom, mas por um filho uma pessoa faz tudo e foi assim que eu me vi a aceitar um convite para uma hora de brincadeira num sábado de manhã. Sabe-se lá como convenci o Jack a ir comigo. Eu ia curiosa, admito. Às vezes oiço comentários sobre o facto da Mini-Tété, de quase 2 anos, estar em casa comigo, que se calhar fazia-lhe bem ir para uma creche, que ela devia brincar com outras crianças da mesma idade, que ela até tem curiosidade quando vê outras crianças no supermercado ou no parque...por isso queria ver o quanto esta sociabilização lhe faz falta. Não é que eu tenha a Mini-Tété trancada em casa todo o dia, vamos passear, vamos ao parque, se lá estiver algum bebé da idade dela, deixo-a conviver, no supermercado deixo-a aproximar-se à vontade das outras crianças que por lá estejam, mas a verdade é que a Mini-Tété nunca mostrou grande vontade de interacção, ficando muitas vezes apenas a observar os outros. Mesmo com esta nossa vizinha, a vontade de interagir é praticamente nula. A outra lambuza-a com beijos, fala com ela, oferece-lhe coisas, e a minha filha vira estátua e pisca apenas os olhos. A única reacção que já lhe vi várias vezes é o facto de ser um pouco Maria-vai-com-as-outras, no sentido de que as outras crianças pegam-lhe na mão, começam a andar e ela vai atrás, sem oferecer qualquer resistência. Por isso, como disse, estava curiosa.

Foi uma manhã bem passada a rirmo-nos de como é que duas crianças nascidas quase no mesmo dia podem ser tão diferentes. A bebé da vizinha simplesmente não pára um minuto, corre para todo o lado, sobe para o sofá, dança, espalha brinquedos. Já a Mini-Tété manteve-se igual a si mesma, sentando-se num pequeno sofá e dividindo a atenção entre observar a amiga que corria de um lado para o outro e ver um livro que lhe tinham emprestado. No fundo, mais do que ir brincar com alguém da idade dela, a Mini-Tété adorou o sofá. Chegava ao ponto de o arrastar sentada para conseguir chegar ao brinquedo que queria sem ter de levantar o rabo, porque mal o fazia a amiga sentava-se. E mal esta se levantava, a Mini-Tété aproveitava logo para ocupar o sofá. Foi um verdadeiro "quem vai ao mar, perde o lugar", que fez com que raramente estivessem as duas de pé. Com o nosso incentivo, ainda tentou dar abraços e festinhas à outra bebé mas esta não parava o suficiente para o conseguir, pelo que rapidamente desistia e ir explorar outros brinquedos. 

Não sei como é que se passam as coisas nas creches, não me vou pôr para aqui a inventar ou a fingir que sei, mas o que vi foram duas miúdas de quase 2 anos, que fora breves momentos de interacção, passaram a maior parte do tempo entretidas cada um com o seu brinquedo ou actividade. Combinámos voltar a encontrarmo-nos para repetir o momento, mas por enquanto acho que a Mini-Tété aceitaria viver numa gruta comigo.

2 comentários:

  1. Eles passam todos por uma fase, mesmo nas creches, em que não interagem, propriamente, ficam-se pelas brincadeiras individuais, mas todos no mesmo espaço e assim se contentam. Depois começam a interessar-se por brincar em conjunto :)

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    1. Sim, entretanto já li que aos 2 anos é esperado que as crianças brinquem ao pé de outras crianças e não necessariamente com elas.

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