22.11.17

Como fazer-me perder tempo....

Ainda a propósito da obra, há um episódio engraçado para vos contar. Uma vez que estamos a recuperar um celeiro antigo com um orçamento limitado, há componentes estruturais nos quais não mexemos, um dos quais uma grande viga de suporte do telhado que determinou a altura dos pisos. Assim sendo, o andar de cima ficou com um pé direito enoooorme (mesmo enorme, podem pôr uma porta em cima de outra e ainda sobra espaço) e o andar de baixo com um pé direito menor. Uns bons meses antes do Verão, perguntei ao Jack qual seria a medida do chão ao tecto no rés-do-chão por ter a sensação que talvez estivesse demasiado baixo. Respondeu-me 2,38 metros. Gelei porque, segundo sei, a altura mínima confortável é 2,40 metros, sendo que grande parte das casas é construída com um pé direito de 2,50 metros. Eu sei que são apenas 2 centímetros mas acreditem que é daquelas coisas que pode fazer diferença. Passei noites a pesquisar na internet, a procurar e a rever as medidas, a ler sobre como brincar com as cores de forma a que as paredes parecessem mais altas, tudo para evitar sentir que viveríamos num bunker. Acabei por descobrir que o tecto da casa-de-banho da casa onde ainda vivemos tem 3 níveis, sendo um deles a 2,38 metros (normal, uma vez que em casas-de-banho, é aceitável um pé direito mínimo de 2,20 metros) e ali passei eu horas a imaginar como seria ter uma sala e cozinha com o tecto àquela altura. Andei realmente preocupada com isto e até o meu pai conta que reparou em mim a olhar para o tecto da nossa casa de férias e a perguntar ao Jack se o nosso seria mais baixo ou alto que aquele.
A semana passada, já com as paredes levantadas, o Jack (que obviamente não stressou nada com a altura do tecto) enviou-me uma mensagem a perguntar a que altura ficarão os armários da cozinha. Pedi-lhe para rever a altura do tecto para eu poder fazer as contas e eis que me responde 2,46 ou 2,48 metros. Coooomo? Pedi-lhe para medir novamente e a resposta foi a mesma. Admito que tive de lá ir ver com os meus próprios olhos e confirmar que mesmo visualmente, agora que o piso já não está em open space, as divisões parecem mais altas.
E é isto, à conta de um valor que sabe-se lá como o Jack me deu (e que não se lembra de me ter dado), passei uns valentes meses a ler sobre pés direitos, a comparar tectos de diferentes casas, preocupada por haver a possibilidade de ir viver para uma casa onde teria a sensação de ter o tecto demasiado próximo da cabeça.
As horas de vida que perdi à conta disto, senhores, as horas de vida....Eu devia dar cabo dele.

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