1.3.18

Privacidade


Nunca tive um blog verdadeiramente anónimo. O primeiro que tive, corria o ano de 2006 (ah, pois é, eu sou uma velhota neste mundo dos blogues), relatava a minha experiência durante os meses de Erasmus e era lido quer pelas minhas amigas quer pela minha família. No fundo servia como um meio para dar notícias a todos ao mesmo tempo. Depois criei um segundo blogue, falei dele às amigas e mais tarde ia dando a conhecer a amigos que fui fazendo. Por fim, surgiu este, que acaba por ser o blogue mais lido destes três, quer por amigos quer por pessoas que não faço ideia quem sejam. Sei que é lido por pessoas que conhecem os meus pais, sei que é lido por contactos meus do facebook (porque o instagram e o facebook fizeram-me a armadilha de anunciar aos meus contactos pessoais que eu tinha uma conta instagram com o nome deste blogue, os fofos), antigos colegas de escola e de curso, por familiares do Jack...Ou seja, há uma série de pessoas (provavelmente, a maioria) que conhece a minha cara, que sabe o meu nome, que sabe que sou eu que escrevo estes textos.

Ainda assim, acho que nunca fez sentido associar uma cara a este blogue, para quem não me conhece. Já disse aqui imensas vezes que sou uma anti-social e admito que a ideia de poder estar num sítio e o estranho na mesa ao lado saber mais sobre mim (porque lê o que eu escrevo) do que eu sobre ele causa-me alguma confusão. Compreendam: eu sou o tipo de pessoa que deixou de usar pulseiras de Verão que tinham o meu nome quando me dei conta que qualquer pessoa as podia ler e saber o meu nome sem eu o ter dito. Já não me lembro que idade teria mas a ideia de que alguém pudesse chegar ao pé de mim e fingir que me conhecia, tratando-me pelo nome, sem na verdade nos conhecermos, assustava-me. Aliás é por isso que a Mini-Tété não tem nem terá pulseirinhas ou colares ou t-shirts com o seu nome. Porque a mãe tem estas pancas.

Partilhar a cara da Mini-Tété faz ainda menos sentido para mim. Oh, não sou mais que as mães que partilham as caras dos seus filhos no facebook e em páginas de blogues, também eu tenho vaidade nela e saber-me-ia bem os afagos no ego se dissessem que ela é linda e fofa (que diriam se a vissem porque ela é mesmo). Afinal de contas, acabo por fazer isso mesmo ao partilhar as coisas que ela diz e faz. É puramente por vaidade, a intenção é a mesma. Mas prefiro assim resguardar a imagem dela, não só contra os perigos da internet (que os há, na minha opinião) como também para que não possa ser reconhecida por estranhos na rua que saberão mais dela do que ela tem noção.

Não digo que às vezes não tenha vontade de colocar aqui uma fotografia de ambas, daquelas em que estamos mesmo giras ou vídeos da Mini-Tété a falar porque são de facto muito fofos. Mas depois percebo que não faz sentido. Este blogue não tem interesse comercial, não tem de ter um nome verdadeiro associado ou uma cara associada. Pelo menos, não para já. Talvez um dia, me apeteça sair da minha gruta e dar-me a conhecer. Mas por enquanto terão de me aturar apenas em palavras. :)

2 comentários:

  1. Não vejo qualquer sentido nem necessidade em associar um rosto a um blogue.
    A menos que se pretenda ganhar notoriedade e benefícos em troca, é claro!!!

    Um blogue NÃO PRECISA disso.
    Ele é mais honesto, puro. Rostos e nomes so vêm condicionar a liberdade.
    É como ter um diário. Um diário é pessoal e secreto, mas expoe tudo sem, contudo, saber-se bem quem era a pessoa.

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  2. Acredito que haja pessoas para quem faça sentido mostrar a cara, para não ser apenas mais umas páginas escritas, iguais a tantas outras. :) Eu acho que ajuda a individualizar um blogue.
    Mas depois há outras a quem isto realmente diz pouco. :)

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