26.7.13

Sapatos - parte 2

Bem, tinha eu acabado o texto anterior a falar de sapatos de salto alto, e dizia eu que nunca foi nada que me chamasse a atenção. Lembro-me de entrar no ciclo (com dez aninhos portanto) e ver as raparigas do nono ano com sapatos altos, padrões tigresse e estilos que até me faziam encolher. E eu só pensava que crescer era mesmo tramado se eu acabasse por andar como elas andavam aos 15 anos. Claro que cheguei aos 15 anos com um estilo beeem diferente (calças de ganga, t-shirts largueironas e sapatilhas de desporto). Da mesma forma fui sempre colocada em turmas de betinhas, que usavam roupa toda igual, da mesma marca, e botas de salto alto. E pelo facto de as sentir tão diferentes de mim em termos de estilo nunca tive aquela vontade de usar aquelas botas.

Já depois dos vinte, lá comecei a tentar usar, mas para mim não resulta. Não sei andar com aquilo, parece que estou em cima de andas. Acho que nunca tinha feito verdadeiramente o esforço de andar de sapatos de salto alto a não ser quando me vi confrontada com a vinda de um casamento (já não me lembrava da última vez que tinha ido a um casamento) há cerca de dois/três anos atrás. Depois da tarefa árdua de encontrar um vestido, passei para os sapatos. Lá arranjei um com um salto mais grosso para me dar estabilidade e parti na cruzada de encontrar umas sabrinas que pudesse calçar caso me esparramasse toda no chão com os sapatos de salto calçados. Não encontrei nada que ficasse bem com o vestido (quem te mandou escolher um vestido liiiiindo com um tom entre o rosa e o cinza?) e lá passei eu todo o casamento de saltos altos. Parecia uma tontinha a andar. A mim não me doem os dedos, os sapatos não me vincam o pé em lado nenhum, não me trilham a pele. A mim dói-me é o apoio do pé, aquelas almofadinhas do pé logo a seguir aos dedos (basicamente a única parte do pé que toca no chão quando andamos nas pontas dos pés) e que basicamente estão a suportar todo o nosso corpo e o peso deste. Ah, pois, aqui devo referir: eu não sou nenhum peso pluma. Sou pesada, sou gordinha, e como tal os meus pobres pés vêem-se à rasca para me suportar caso a planta do pé não esteja toda no chão No segundo casamento a que fui com o mesmo vestido tive a grandessíssima sorte de me aparecer por acaso numa loja umas sabrinas da cor do vestido e ainda por cima com bom aspecto. Comprei-as baratíssimas e lá fui satisfeita para o casamento com elas na mala do carro, ainda não muito convencida se as teria de usar ou não. Pois, só para que percebam, cada vez que o padre na missa nos mandava levantar, eu fazia um esgar. Os meus pobres pés já sofriam. Quando saí da igreja já me agarrava às paredes e aos muros para me conseguir deslocar a passo de caracol até ao carro. Troquei logo para as sabrinas e assim apareço eu de sabrinas nas fotografias. Noutro casamento, já com outro vestido mais simples (azul) fiz a mesma busca: queria uns sapatos de salto alto cuja sola fosse mole para que não me doessem os pés. Pois está bem está....Mal saí da igreja calcei logo as sabrinas azuis que tinha no carro. E mais uma vez apareço nas fotografias já de sabrinas. O engraçado deste casamento é que mal apareci na quinta com as sabrinas calçadas, uma série de raparigas que eu não conhecia comentava "Já estás de sabrinas? Ai que bom, então já posso ir pôr as minhas porque já não aguento estes sapatos". Ou seja, não sou a única sofrer deste mal, e a vergonha com que estavam de serem as primeiras a dar parte fraca estava a fazê-las aguentar as dores (as coisas a que a vaidade nos obriga).

Isto então para dizer que no casamento deste ano lá vou eu de sabrinas. Desta vez nem tento ir de saltos altos porque mal saio da igreja já estou doida por pôr as sabrinas e quando finalmente chegamos à quinta (onde se começa a reparar na roupa dos outros) já ando eu de sapato raso e ninguém fica a saber o esforço que eu fiz antes. As sabrinas são giras, tem uma pedraria a combinar com o colar do vestido, são formais e são aquele tipo de sabrina com que não se anda no dia-a-dia (pelo menos, eu não andaria até porque tenho um estilo descontraído). Não serei a mais elegante da festa, mas estarei bonita e confortável. :) Saltos altos (e eu nem falo daqueles meeeesmo altos, falo de um salto médio) não é para mim. E já sei que quando/se me casar, os sapatinhos vão ser rasos: assim não fico mais alta que o noivo nem me vou sair da igreja apoiada no padre e no noivo por causa das dores nos pés).

2 comentários:

  1. Eu ando super bem de saltos altos, corro, pulo. Mas ainda assim evito usa-los porque fico sempre com uma dor aguda na planta do pé, junto aos dedos. E prefiro ser uma mulher feliz e confortavel do que deslumbrante e dorida.

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  2. Aquela parte em que dizes que parecias uma tontinha a andar no casamento é mentira. Eu estava lá (certo?) e não parecias não :) Mas compreendo o que dizes. A mim também fica a doer nas "almofadinhas", quando dói.
    Como sabes, é raro eu andar de saltos, porque embora reconheça que ficam bonitos nos pés, não estou para sofrer, a caminhar de um lado para o outro. Nos casamentos e festas semelhantes levo-os e nunca troco eheheh É que geralmente não ando assim tanto, portanto aguento bem. Mas geralmente levo umas sabrinas ou sandálias na mala ;) É que da única vez que não o fiz estoirei com os pés, estava muito calor e os pés incharam e fui arrastada para o bailarico sem margem para recusas eheheheh Nem me quero lembrar das dores no pé todo.

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