26.2.14

E o burro sou eu?

A liberdade de escolha que todos temos entre viver em casa dos pais até ao casamento, viver antes juntos, viver apenas juntos sem casar, casar mais cedo ou mais tarde, tornou alguns destes conceitos um pequeno bicho papão. E eu tenho reparo nisso principalmente em relação ao casamento. Antes penso que o tabu era os jovens atreverem-se a juntarem-se sem casar ou a fazê-lo apenas após morarem juntos. Aliás, aqui confesso que durante anos alimentei esta mesma ideia: viver juntos só quando casássemos. Mas a vida é uma aprendizagem e permite-nos mudar de opinião e de facto percebi que não queria ter de esperar por ter condições para fazer as duas coisas (casar e morar junto), se já tinha condições para fazer segunda e poderia realizar a primeira mais tarde. Também me apercebi que por vezes é importante perceber se se é compatível numa vida a dois, antes de prometermos fazê-lo para todo o sempre. Agora que decidimos casar, já ouvi algumas vezes "Casar para quê? Porquê?", como se fossemos tolos. Bem, a resposta mais óbvia é...porque queremos.

Felizmente nada nos dias de hoje obriga um casal a casar-se e ainda bem, mas parece ter nascido um movimento "contra o casamento" como se este fosse a origem de todos os males da humanidade, uma amarra, uma prisão ou um atentado à liberdade individual. Eu não vou casar porque acho que isso é que está certo, porque tenho medo de ir parar ao Inferno, porque foi assim que me ensinaram que devia ser, porque sofro de algum tipo de pressão familiar ou porque acho que isso me vai tornar uma mulher séria. Quero casar-me porque gosto da ideia de ter o Jack como meu marido, e vice-versa. Pronto, está dito. Não passa disto. É um passo romântico, que não vai alterar aquilo que somos, que sentimos ou o apresentamos ser aos olhos dos outros (se bem que aqui, já percebi que o casamento faz parecer a nossa relação mais séria aos olhos de alguns, como se um namoro de 9 anos e a viver juntos já não fosse sério o suficiente).

Só que este passo romântico parece quase mal-visto, como se fosse uma burrice tal coisa. Entendo por exemplo quem diz que não está para gastar dinheiro numa festa destas (se bem que se pode casar no registo civil, sem festa nem grandes gastos, como eu estaria disposta a fazer), mas conheço quem, já a viver juntos, com filhos, aliança no dedo, a querer usar um vestido de noiva e adorando a ideia da festa, coloque um ar de horror e diga "Casar, eu?? Nunca!". E ali ficamos nós a pensar se somos nós os burros que tendo vontade de casar levamos a ideia em frente, ou se são eles, que querendo o mesmo, se recusam a fazê-lo para não se sentirem presos a uma pessoa.

1 comentário:

  1. Hum... presos por um papel? Realmente, ideia estranha... não vejo o casamento como uma prisão mas também não me imagino a fazê-lo. Mas apenas porque "juntar" já é para mim casar. Mais papel menos papel, a essencia é a mesma e isso é que conta.

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