Há uns dias, quando ainda estava em França, acordei com um daqueles humores que nos faz ficar a pensar na vida. Saí de casa um pouco de orelha murcha pela minha situação de desempregada, pelas saudades dos amigos, por alguns planos não correrem como esperado, pelas mil e uma coisinhas sem importância mas que nos moem e fazem questão de não nos largar o cérebro em dias como estes. E ia assim, conduzindo e matutando no lado menos bom da vida, quando fiz uma curva e me deparei mais uma vez com os campos de flores amarelas que surgem por esta altura. E o mau humor passou, as pequeninas coisas menos boas desapareceram, o cérebro mudou completamente de direcção. E acompanhada desta paisagem fiz o resto do caminho a pensar que de facto temos uma sorte danada. Ou pelo menos eu tenho. Tenho saúde, vivo com quem amo, graças às tecnologias falo com os meus pais e avós todos os dias se quiser, temos os dois famílias que amamos e que nos apoiam, temos comida na mesa, temos maneira de pagar o nosso casamento, avançando assim um pouco mais na nossa relação, vivemos num país sem guerra, com liberdade de expressão, com direitos, e caraças se comparando com tanta gente neste mundo esta não é uma vida óptima. Claro que podia ter emprego, claro que podia estar em Portugal, claro que podia tudo correr ainda melhor, mas enquanto eu puder ter a liberdade de sair de casa e ver uns campos de flores amarelas, sem medo do presente ou do futuro, então tenho mesmo uma vida óptima. :)
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