11.6.14

Considerações finais I

E é assim que se acaba a rubrica "Little Details". Fui mostrando os pormenores, as decisões que tomámos e penso que pouco ou nada resta mostrar, mas se alguém se lembrar de algo é só dizer. Queria ainda dizer algumas coisas em relação ao casamento e uma delas é a questão de termos avançado com este passo estando eu desempregada. Foi obviamente um passo muito pensado, com muitas contas feitas e não nos atirámos de cabeça convencidos que o casamento se pagaria a si mesmo. Até porque no nosso caso, não pagou mesmo. As prendas oferecidas pelos convidados cobriram o gasto que tivemos com a quinta, o que só por si é óptimo e era aquilo para o qual estávamos à espera, mas posso dizer que nunca chegaria para pagar todas as despesas que tivemos. Obviamente que houve decisões e gastos que fomos tomando porque nos foram oferecendo algumas coisas, o que nos permitia assim ter mais folga para outras coisas. Um exemplo disso é o meu vestido, oferta dos meus pais e a única coisa que lhes perguntei se gostariam de me oferecer (pelo simbolismo que seria para mim ir com a minha mãe escolher o vestido e ser oferecido por ela). Eles aceitaram com muito gosto, mas tenho noção que foi um vestido caro e que se tivesse sido eu a pagá-lo teria escolhido um obviamente bem mais barato e com o dinheiro gasto no vestido teria prescindido de outras coisas que tive no casamento. Aos poucos o resto da família também quis participar na compra do bouquet ou no cabeleireiro ou na maquilhagem. A madrinha quis oferecer-me os brincos. E como é óbvio com estas pequenas ajudas, o dinheiro recebido no final da festa acabou por ter um saldo positivo para nós pois não arcámos com todos os gastos, e que muito jeito nos vai dar em projectos futuros. Ainda assim, o que quero ressalvar é que havendo um mínimo de dinheiro disponível e estando os noivos dispostos a ter uma festa à medida das suas posses, nada impede que um casamento não se realize. Nós não tivemos música contratada, não tivemos fogo-de-artifício, não tivemos animação infantil, não tivemos uma passadeira vermelha, não tivemos largadas de balões, não tivemos aulas de valsa, não tivemos mais convidados, porque não dava, porque não queríamos, porque não fazia sentido gastar dinheiro em certas coisas com um orçamento apertado como tínhamos. Por outro lado, decidimos dar-mo-nos ao luxo de ter cerca de oitenta convidados e não apenas vinte, de ter contratado uns bons fotógrafos, de ter oferecido lembranças, de termos gasto mais na lua-de-mel quando podíamos ter gasto menos, mas foi uma decisão nossa e não obrigatória. Se não nos tivéssemos dado a estes luxos, obviamente o dinheiro recebido teria coberto uma maior percentagem das despesas, mesmo que estas tivessem ficado 100% a nosso cargo. Posso garantir que se tivéssemos sido nós a pagar tudo, o vestido não teria sido aquele, os fotógrafos não teriam sido aqueles (mesmo que pagos por nós, demo-nos ao luxo de esticar o nosso orçamente neste campo uma vez que não teríamos de gastar dinheiro noutras coisas, como o vestido), os convidados teriam sido aqueles porque eram importantes para nós, embora os amigos saibam que houve muitas contas a serem feitas para saber se os poderia incluir ou se teria de me ficar pela família, não teria havido as máquinas descartáveis, nem as lembranças, nem aqueles bonecos de bolo, ou aquelas ementas e marcadores de mesa. E teria sido um casamento espectacular na mesma, pois não é o dinheiro que faz os casamentos serem o que são, mas sim as pessoas, e prova disso foi o nosso que sendo simples e íntimo correu exactamente como queríamos. Ou seja, em jeito de conclusão, a não ser que para vocês o casamento só faça sentido com uma festa de 300 convidados, num palácio e com uma carruagem puxada por cavalos brancos (porque pode apenas fazer sentido assim e têm esse direito), vale a pena fazer contas e planear bem as coisas e avançar se for caso disso, porque mesmo sendo os noivos a pagar tudo, com cedências tudo se consegue. Por outro lado, nada de embarcarem em grandes aventuras contando que as prendas e as ofertas vos valham, pois estamos em crise, nem todos podem ajudar, há ainda quem não goste de oferecer dinheiro e acreditem que candeeiros e serviços de louça não servem como meio de pagamento para as despesas que se tem.

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