Odeio estar agarrada assim às notícias (tenho uma casa por arrumar, um banho por tomar, compras para fazer e um bolo para cozinhar). Odeio estar a ler sobre tiros, reféns, crianças impedidas de sair da escola, ataque num supermercado. Odeio não viver em Paris e mesmo assim estar receosa, mesmo não senda fatalista e acreditando que nesta aldeia perdida não há-de acontecer nada. Odeio que o Jack não tenha um emprego num lugar fixo e que isso hoje me tenha levado a mandar-lhe uma mensagem só para saber se está tudo bem com ele pois não sei onde anda. Odeio que o Jack, não sendo de todo fatalista e sabendo bem onde vivemos, não consiga também esconder o seu receio e me diga que está a achar tudo isto muito estranho e me aconselhe a não sair muito de casa. Odeio num minuto passar da preocupação de não atropelar nenhuma raposa, javali, veado ou cavalo para a preocupação de andarem pela França homens a matar homens.
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