21.9.15

Estou farta!...

...de apanhar uma camada de nervos cada vez que vou ao hospital onde agora tenho as consultas. Quem foi a besta que se terá lembrado de fazer um enorme parque de estacionamento e restringir três quartos do mesmo para os funcionários do hospital? E assim, fica-se com um parque bem pequeno onde quem tem consultas e quem vai fazer visitas passa o tempo a dar voltinhas à procura de um lugar, não esquecendo ainda que há filas reservadas aos táxis e às ambulâncias. Pedem-nos para estar nas consultas 15 minutos antes e hoje passei mais de meia-hora à procura da porcaria de um lugar (e não, não me digam para estacionar fora do hospital porque há volta são só estradas sem lugares de estacionamento). Não é normal que tenha de chegar ao hospital uma hora antes para andar às voltas como se estivesse num carrossel a ver ser por acaso algum carro liberta um lugar. Isto claro, com a bexiga cheia que é para enervar ainda mais! Claro que quando finalmente entrei na consulta e me mediram a tensão, a máxima era 14, ora pois, outra coisa não seria de esperar!

...de um país como a França, uma miscelânea de culturas e imigrantes, não ser capaz de se adaptar a isso e ter de haver sempre uma complicação com os apelidos. Chego ao guichet, digo que tenho uma consulta e apresento o meu cartão onde estão os apelidos "X Y Z". Resposta imediata: não tem nenhuma consulta marcada. Insisto que sim, que marquei consulta em nome de Tété Z. Aaaaaah, mas isso não é a mesma coisa que Tété X Y Z! E já agora, Z é o apelido de casada, é isso? Não, não é (porque se vocês não conseguem lidar com 3 apelidos, imagino o caos que seria com 4 apelidos!). Ups, o problema é que agora não encontramos o seu processo no computador porque o programa não consegue fazer a ligação entre a consulta marcada em nome de Tété Z e o processo que está em nome de Tété X Y Z. Já agora, quando vier para o parto não se esqueça de dizer os 3 apelidos senão vai ser uma confusão (olha, %/&T%%%&$#, é uma confusão diga eu o disser, caramba!).

...de cada vez que refiro a particularidade que o meu coração tem (nada de grave!) os médicos aqui perguntarem sempre "E não toma medicação?", ficando pouco convencidos quando digo que o meu cardiologista em Portugal não achou necessário. Mas se eu me sinto bem, se não tenho problemas nenhuns com isto, para quê dar-me medicação??

...de a seguir à consulta com o anestesista (boa notícia: saí de lá apta a receber a epidural!) decidir ir dar um passeio até ao centro comercial que não é muito longe e passar 15 minutos novamente às voltinhas à procura de um lugar porque, embora houvesse, estes são tão estreitos que após estacionar o carro nunca conseguiria abrir a porta o suficiente para sair!

...de no caminho para casa ter de levar durante quase uma hora com carros encostadinhos à traseira, ao ponto de cada vez que parava num semáforo achar que me iam bater no carro. Amigos, se vamos a 90 km/h, encostar ao carro da frente não é a atitude mais inteligente do mundo, sim?? Principalmente tendo em conta que é uma estrada onde frequentemente se atravessam raposas, javalis e corsas. E acreditem que entre bater num javali ou travar e apanhar convosco, o instinto vai mandar-me para a segunda opção. Por isso vão para casa ler sobre "distância de segurança" e aprendam a conduzir!

...de chegar a casa e enquanto estaciono ter o idiota do vizinho especado no passeio a olhar para mim numa clara atitude de desafio (sabe-se lá a que propósito já que eu nunca lhe ligo nenhuma). E ter de respirar fundo 3 vezes antes de sair do carro para ter a certeza que caso ele decida dizer-me pela primeira vez alguma coisa, não lhe dar simplesmente um murro para descarregar os nervos todos do dia.

Irra, que dia. A gravidez levou-me a pouca paciência que eu tinha para as pessoas. Quanto mais idiotas, menos paciência eu já tinha mas agora já partem de valores negativos e é sempre a descer. 

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