14.11.15

O dia a seguir ao massacre

O dia a seguir a um massacre destes é estranho, parece que flutua no ar um misto de incredulidade e receio. Eu não vivo em Paris, mas sim numa vila um pouco mais afastada, mais perdida nos campos, longe o suficiente para não temer pela minha vida quando uma coisa destas acontece mas perto o suficiente para o Jack fazer o seu trabalho todo em Paris. E mesmo aqui, nesta terrinha sossegada e afastada, o dia de hoje não foi normal e dei-me conta disso quando a meio da tarde me apercebi que ao contrário do que costuma acontecer ao sábado, eu não tinha visto nem ouvido ninguém na rua. Nem mesmo as crianças das casas vizinhas foram para os seus quintais brincar. Eu própria deveria ter ido às compras ao supermercado hoje e não fui. Não se pode ter medo, deve-se continuar a viver a vida, mas não dá para o fazer logo no dia a seguir a um massacre destes. É preciso dar tempo para respirar fundo, para ficar em casa com a família, em segurança, antes de enfrentar o mundo lá fora. Segunda-feira as crianças voltarão à escola e os adultos aos seus empregos. E, acredito eu, não porque o medo já passou mas porque tem de ser.

4 comentários:

  1. A noite do massacre e o dia de hoje foram vividos aqui agarrados à televisão e ao telefone... Muito difícil estar longe das mães... :(

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  2. Minnie Me

    Ia agora mesmo ao teu blog perguntar se estava tudo bem. E não, não é fácil. No caso do meus pais, não é fácil estar longe da filha. <=)

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  3. És uma querida é o que é.
    Mas sim no geral está tudo bem.
    (Tinha acabado de marcar viagem para ir para aí em janeiro... agora estou um bocado amedrontada)

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  4. Eu admito que também estou porque os meus pais vêm novamente em visita daqui a uma semana. Mas a vida não pode parar, não nos podemos fechar todos em casa com medo do que pode acontecer na rua, não é? <=)

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Digam-me coisas. :)