30.3.16

Que tipo de pais somos? - II

Para que o outro post não ficasse ainda mais extenso, decidi deixar outros pontos para um novo post.

  • Dormir na cama dos pais: eu poderia dizer que não deixamos a Mini-Tété dormir connosco porque achamos um mau hábito, porque isto é péssimo para a criança, porque ela tem de aprender a dormir sozinha, mas a verdade, a verdade, é que a principal razão é termos medo de adormecer profundamente e de a sufocarmos sem dar conta. O Jack já fez algumas sestas com ela, lado a lado, porque eu estou acordada e vou vigiando; já eu não o consigo fazer mesmo sabendo que o Jack está em casa. O stress é demasiado grande e prefiro esperar que ela seja um pouco mais crescida para de vez em quando fazermos uma sesta juntas. Também achamos que é importante que ela não crie o hábito de dormir com os pais, mas reconhecemos que um recém-nascido não vem preparado para dormir sozinho e por isso, a cama de grades está encostada ao meu lado da cama, os colchões ao mesmo nível e assim ela vê-me através das grades e eu estou próxima o suficiente para lhe fazer uma festa ou dar a mão quando é preciso.

  • Ir à casa-de-banho com o bebé ao colo: leio constantemente em fóruns "O meu filho chora tanto e gosta tanto de colo que até para ir à casa-de-banho tenho de estar com ele nos braços" e não há vez nenhuma em que não pense "Mas como???". Sou só eu que sou tão desastrada que acho que facilmente deixaria cair a criancinha dentro da sanita? Então, mas e o que fazes quando precisas de ir à casa-de-banho e a Mini-Tété está a chorar ou sabes que vai chorar? Fácil, vou na mesma e deixo-a em local seguro. Chora? Chora, mas não é pelos 2 ou 3 minutos que eu demoro que ela vai sentir que eu a abandonei, além de que se ela está a chorar na minha presença, não fará assim tanta diferença que chore mais um pouco enquanto me ausento (sou uma péssima mãe, certo?).

  • Colo: o horror do colo, aquilo a que o bebé se vai habituar e depois nunca mais vai querer outra coisa. O livro "Os bebés também querem dormir" ajuda, e muito, a desmistificar este medo exagerado de dar colo e ainda bem que dei todo o colo que a Mini-Tété quis quando nasceu e ignorei todos os avisos de que ela ficaria mal-habituada. Nos primeiros tempos, a Mini-Tété dormia mais ao colo do que noutro sítio qualquer, depois adormeciamo-la ao colo antes de a colocar na alcofa ou na caminha, e agora vai para a caminha acordada e adormece lá. Se antes as sestas eram todas ao colo, agora esperneia e não encontra posição para adormecer como gosta e por vezes basta pousá-la na espreguiçadeira para se ferrar a dormir. Como se vê, aos 5 meses está super-dependente do colo. Quando nascem, os bebés precisam de contacto, de calor humano, diz-se até que os primeiros 3 meses de um recém-nascido são o quarto trimestre de uma gravidez, por isso dêem colo. Para mim, isso ajuda o bebé a acalmar, a sentir-se amado e seguro, o que só traz vantagens nos meses seguintes.

  • Viajar no carro ao lado do bebé: penso que já aqui contei um episódio em que ao entrarmos no carro de um casal amigo com o bebé colocado na cadeirinha no banco de trás, foi oferecido ao Jack o lugar ao lado do condutor. Por acharmos que era uma questão de simpatia, insistimos em que o casal fosse à frente, que nós iríamos atrás com o bebé. Passado um pouco, percebemos o desconforto da mãe e percebemos também que a rotina habitual era ser ele a conduzir e ela vinha no banco de trás com o bebé. Mais uma vez, ou somos muito relaxados ou somos pais estrondosamente maus, já que nem à saída da maternidade eu vim ao lado da Mini-Tété. Vou sempre à frente com o Jack até porque nunca quisemos habituar a Mini-Tété a ter companhia, pois como faria eu quando saísse com ela sozinha? Sei que há muitos pais que no caso de andarem sozinhos com os bebés, os metem então no banco da frente, mas a minha paranóia com a segurança automóvel dela não me permite embarcar nestas mudanças. Eu vou à frente, ela vai atrás, com um espelho colocado à frente, de forma a que eu a possa ver pelo retrovisor.

  • Ver se o bebé está a respirar durante a noite: quando a Mini-Tété nasceu, o Jack foi passar a noite a casa e eu lembro-me de lhe dizer que eu não conseguiria dormir pois teria medo que ela deixasse de respirar. E de facto não dormi pois a Mini-Tété passou a noite toda num berreiro tal que não havia dúvidas que tinha uns pulmões em óptimo estado de funcionamento. Acho que fiquei vacinada para o resto das noites, e nunca, mas nunca acordei a meio da noite para ir ver se a Mini-Tété estava a respirar. Nos primeiros meses acontecia ela estar a dormir e eu acordada e de repente aperceber-me que não a ouvia respirar, indo confirmar se tudo estaria bem (e ainda apanhei um ou outro susto quando a malandra não reagia....), mas de noite falta-me com certeza aquele instinto que pelos vistos faz as mães dormirem num estado de vigília constante e que basta deixarem de ouvir o bebé respirar para acordarem logo. Eu durmo profundamente. Aliás, chegou a acontecer de manhã perceber que a Mini-Tété tinha bolsado por ver uma pequena mancha no lençol. Talvez aqui o facto de sermos realmente pais relaxados em muita coisa nos permita dormir assim descansados. Ou então somos mesmo maus.




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