Há cerca de um mês, uma conhecida comentava no facebook que antes de ser mãe tinha cuspido muito para o ar, e que agora, mãe de um menino de 1 ano, tinha apanhado com todo o cuspo em cima. Várias amigas concordavam com ela, que isto antes de ser mãe é uma coisa mas que depois de eles nascerem engole-se muita coisa que se disse. A famosa frase do "Quando fores mãe, logo vês!". Fiz o exercício mental de pensar em mim e nas minhas ideias antes de ser mãe e depois de o ser e a conclusão a que cheguei fez-me perguntar ao Jack: "Depois de teres sido pai, sentes que tiveste de engolir alguma coisa que pensavas ou dizias antes de ser pai?". Vi-o pensar para depois ouvir a mesma reposta a que eu tinha chegado: Não.
Nunca fui uma pessoa muito opinativa sobre a forma como os outros educam os seus filhos, mas ainda assim tenho noção que sobre certos pontos tinha e tenho uma opinião muito clara. E isso não mudou com a chegada da Mini-Tété às nossas vidas. Aquilo que antes dizia que não faria quando fosse mãe continua a ser assim e realmente não o faço. Aquilo que antes dizia que não gostava de ver, continuo a não gostar (e não é por ter a filha mais fofa do mundo que passo a achar piada a certas coisas que antes não achava). Não sinto que tenha cuspido para o ar e tenha levado com o que não queria em cima da cabeça. Ainda assim, assumo que ser mãe mudou a minha perspectiva sobre algumas coisas, quanto mais não seja porque aprendi coisas que não sabia. Por exemplo:
- Compreendo agora que crianças agarradas às consolas, tablets ou telemóveis à mesa de um restaurante não traduzem obrigatoriamente um comportamento habitual. Acredito (e sei) que nalguns casos, seja em casa seja num restaurante a criança só coma com aqueles bonecos ou aquela música, mas também acredito agora que há pais que em casa evitam toda e qualquer tecnologia, abrindo excepção em espaços públicos para que possam jantar sossegados e desfrutar da companhia de amigos, familiares, etc.
- Lembro-me de perguntar a uma prima do Jack "Mas aos 12 meses eles já não deveriam comer de tudo como nós?" quando a vi servir uma sopa e uma prato diferente diferentes dos nossos ao filho de 13 meses. A minha pergunta tinha muito mais de ignorância do que de julgamento. E sei que numa ou noutra ocasião ter-me-ei questionado sobre o comportamento de certos pais exactamente por pouco saber de bebés e crianças.
Mini-Tété tem apenas 1 ano e 2 meses, ou seja, tenho ainda uma vida para levar com o (pouco) cuspo que mandei para o ar (porque sim, também mandei, não sou santa), mas pelo menos até agora as ideias firmes que tinha, por aqui se mantêm e a Mini-Tété está a crescer, aprendendo a lidar com elas.
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