E eis que chegámos às 20 semanas (cerca de 4 meses e meio) e eu nem sei muito bem como já que parece que ainda ontem fiz o teste de gravidez e descobri que me estava a lançar numa aventura sem retorno. Ora, estando neste preciso momento a meio da gravidez, faço as seguintes considerações:
- Fora a barriga que cresce a um ritmo alucinante (já abandonei a esperança de não fazer um barrigão de todo o tamanho), até me esqueço que estou grávida. Já perdi a conta aos "Mas tu ainda te levantas assim tão depressa?", "Aaaah, mas tu ainda te mexes muito bem!" e outras coisas que vou ouvindo. Obviamente não ando por aí armada em aventureira e a carregar baldes de cimento ou a fazer esforços semelhantes, mas realmente por agora não há ainda dores de costas ou de qualquer outra espécie e a mobilidade mantém-se.
- A falta de apetite manteve-se até agora, o que penso que contribuiu bastante para chegar ao meio da gravidez com menos 3,5 Kg do que quando descobri que estava grávida. Nesta última consulta e perante o ar satisfeito da médica a olhar para a balança, cometi o erro de lhe perguntar quanto peso é que poderia ganhar até ao final da gravidez. Tenho direito a ganhar cinco quilos e mais do que isso levo na cabeça. Acho impossível, acho que ela me está basicamente a pedir um milagre e tenho a sensação que já vou ouvir um raspanete na próxima consulta pois desde desse momento que sinto mais fome e só me apetece comer porcarias.
- Quando não se está grávida é chato ouvir comentários sobre o nosso corpo e peso. E não é por estarmos grávidas que isso passa a ser giro, portanto comentários como "A barriga cresceu" admitem-se mas comentários do tipo "Ah, nota-se que está mais gorda!" (quando nem sequer é verdade!) são absolutamente dispensáveis. Mesmo que a grávida ganhe 30 quilos, acreditem em mim: ela sabe que engordou. Escusam de dizer.
- Daqui a um mês faremos nova ecografia e eu espero que a pequena meloa não se ponha com vergonhas e deixe ver com bastantes certezas se é menino ou menina. Nós temos o palpite do médico que veremos se se confirma ou não, mas para já as opiniões dividem-se: há quem diga que é menina porque os meninos mostram logo com clareza (sim, sim, por isso é que o meu marido foi menina até ao nascimento), há quem diga que é menino porque a minha cara não mudou de feições, há quem diga que é menina porque a gravidez está a ser tranquila, há quem diga que é menino porque as meninas roubam a beleza às mães. E nem vamos entrar no formato da barriga e afins. Daqui a um mês se tudo correr bem, pequena meloa (que na altura já será um outro fruto qualquer) revelar-se-à ao mundo (ou pelo menos ao médico que depois nos dirá).
- Ainda não há cá movimentos nenhuns. Quer dizer, haver deverá haver mas eu não os sinto. Isto de ter a placenta na zona da barriga amortece as pancadas da pequena meloa e eu que me lixe que não sinto nada (mais uma razão para me esquecer que estou grávida). Gostava de sentir mas sei que ainda há tempo e que mais tarde ou mais cedo já começarei a sentir qualquer coisa até chegar ao ponto em que me queixarei por ter apanhado um pontapé em cheio num rim.
- Compras: penso que se continuamos assim estamos absolutamente lixados. O Jack continua a ver carrinhos e ovos e alcofas, eu continuo a namorar o mesmo modelo e juntos pensamos onde vamos desencantar o dinheiro para isto. Roupinhas há o que se trouxe de Portugal e não faço ideia se é muito, se é pouco ou se é a quantidade certa. Bom, ao menos, pequena meloa já terá algo para vestir quando nascer. Procurar listas na internet sobre o que se deve comprar para receber um recém-nascido é mais ou menos como calcular a miséria que um dia receberemos na reforma (se recebermos alguma coisa): quase que se perde os sentidos. As listas são enormes e parece que é preciso este mundo e o outro para receber em casa uma pequena criatura de 3 quilos.
- O sono já andou melhor. Andamos os dois ansiosos e isso traduz-se em insónias e em sono de má qualidade. O Jack a pensar na casa, no trabalho, no dinheiro que tem de chegar para tudo. Eu a pensar na chegada do bebé, em tudo o que é preciso comprar e no dinheiro que dificilmente chegará para tudo. Admito sem problemas que sempre achei que quando estivesse grávida a situação económica nos permitiria estar a comprar as coisas com atenção ao preço mas com uma folga bastante grande. A situação real não é essa e é preciso fazer contas. A pequena meloa terá tudo o que precisa, disso não duvidamos, mas cheira-me que virão aí tempos de apertar fortemente o cinto.
- Já vos disse que estou a fazer um barrigão?
Estás tão gira e elegante!! :D
ResponderEliminarInfelizmente isso é verdade, as pessoas conseguem ser parvas e desagradáveis até com grávidas. Obviamente que estás maior, tens mais barriga... mas tens sorte em não teres engordado. :D A minha irmã só engordou mesmo a sério no último trimestre.
Boa sorte!
Ahahahah, elegante é sem dúvida uma boa palavra para quem como eu tem um bom excesso de peso. :D
ResponderEliminarNão tendo nada contra a tua irmã, olha que eu li no blog dela quanto é que ela engordou e eu estou proibidíssima de engordar assim! =P Se engordar só no 3º trimestre óptimo mas pelos vistos só até cinco quilos. =P